Árvores de Natal: Entre Nossa Senhora da Conceição e Dia de Reis

Descubra a magia das árvores de Natal, montadas em 8 de dezembro e desmontadas em 6 de janeiro, unindo tradições do Natal e espiritualidade.

Árvores de Natal

Na minha mente, a árvore de Natal sempre foi mais do que um símbolo festivo; ela era um portal para um mundo de maravilhas, onde cada enfeite pendurado em seus galhos carregava uma história, um desejo, uma prece.

À minha mente vem a lembrança das noites antecipadas de Natal, em que as luzes cintilantes da árvore refletiam nos meus olhos de criança, enchendo meu coração de um calor que só esta época podia trazer.

Montar a árvore de natal – um ritual na infância

Era um ritual sagrado, esse ato de montar a árvore. Cada passo, desde desdobrar seus galhos até encontrar o lugar perfeito para cada enfeite, era um ato de amor e devoção. Aprendi, especialmente com minha mãe, que a árvore não era apenas uma decoração, mas uma espécie de altar, um espaço sagrado onde o visível e o invisível se encontravam. Em cada laço, em cada luz, depositávamos nossas esperanças e sonhos.

A Umbanda, com seu rico mosaico de fé e tradição, ensinou-me a ver o Natal não apenas como uma celebração cristã, mas como um tempo de renovação espiritual, onde cada ser é convidado a refletir sobre o amor, a caridade e a fraternidade. A noite de Natal se tornava, assim, um momento de conexão profunda, onde o sagrado se manifestava nas pequenas ações, nos abraços compartilhados, nas orações sussurradas sob o brilho da árvore e nos presentes recebidos.

Da vida adulta à infância – espalhando luz no mundo

Em cada Natal, ao montar a árvore, sinto-me transportada de volta àquelas noites mágicas de minha infância. A criança em mim sorri, relembrando a alegria pura e sem limites que essa época trazia. E a mulher que sou hoje, enraizada na espiritualidade e na sabedoria da Umbanda, compreende que cada Natal é uma oportunidade de renovar minha fé, de fortalecer meus laços com o divino e de espalhar luz e amor ao mundo.

Assim, no ritual de montar a árvore, encontro um momento de paz e esperança, um lembrete de que a magia do Natal reside dentro de cada um de nós, esperando para ser reacendida ano após ano, trazendo luz para nossos caminhos e corações.

Dia de montar e desmontar árvore de natal

E neste ciclo de renovação, seguimos a tradição: montamos a árvore no dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição e Oxum, uma data que nos lembra a pureza e a graça divina. E, seguindo o ciclo do tempo, desmontamos a árvore no dia 6 de janeiro, Dia de Reis (dia dos astrólogos, videntes e leitores de oráculos como eu), marcando o fim das festividades e o início de um novo ciclo, onde as lições e luzes do Natal permanecem conosco, guiando nossos passos ao longo do ano que se inicia.

Portais mágicos

Essas duas datas, início e fim de um período sagrado, são como portas que se abrem e fecham, permitindo-nos entrar e sair de um espaço-tempo onde o sagrado e o profano dançam juntos. A montagem e desmontagem da árvore de Natal são mais do que partes de uma tradição; são atos carregados de simbolismo e significado, momentos de conexão profunda com nossa fé, nossa comunidade, família e nossa essência.

Assim, a cada ano, ao seguir esses ritos, reafirmamos nossa ligação com o passado e nossa esperança no futuro, celebrando a eterna dança da vida, do amor e da espiritualidade.

A Árvore de Natal hoje em dia

Hoje, observo como as tradições do Natal no Brasil, um mosaico vibrante de culturas e crenças, têm se entrelaçado cada vez mais com práticas de terras distantes. As religiões, sempre vivas e pulsantes, se moldam e se adaptam, tecendo novas narrativas nas voltas do tempo. E nesta dança de constante evolução, testemunhamos como o Natal se transforma, abraçando novos costumes e refletindo as mudanças do mundo.

Halloween

A árvore de Natal, outrora reservada para o início de dezembro, agora surge logo após as celebrações do Halloween, em 31 de outubro, uma festividade que, há duas ou três décadas, mal era comemorada no Brasil. As árvores de natal são montadas em 1 de novembro, se misturando inacreditavelmente às comemorações do dia de finados! Este rápido avanço da montagem árvore de Natal simboliza não apenas uma mudança no calendário festivo, mas também a crescente comercialização desta época tão especial. Lojas se adornam com luzes e enfeites cada vez mais cedo, numa corrida para capturar o espírito natalino em meio ao frenesi consumista.

Espírito natalino

Contudo, apesar dessa transformação aparentemente superficial, sinto que o verdadeiro espírito do Natal permanece intacto, enraizado profundamente em nossas mentes e corações. Essa época do ano ainda evoca sentimentos de união, amor e reflexão, independente de quão cedo as árvores de Natal se ergam ou de quantas novas tradições sejam adotadas.

O Natal, em sua essência, continua sendo um tempo de encontro, de compartilhar histórias e criar ou relembrar as nossas memórias. As luzes que brilham nas árvores e nas ruas ainda são reflexos da luz que cada um de nós carrega dentro de si, um lembrete de que, apesar das mudanças e da passagem do tempo, a magia desta época permanece viva.

Esta mistura de tradições, esta evolução constante de nossas práticas religiosas e culturais, é um testemunho da nossa capacidade de adaptar, crescer e encontrar novos significados. E assim, enquanto celebramos o Natal, seja seguindo tradições antigas ou abraçando novas, estamos, na verdade, celebrando a beleza da nossa capacidade de manter viva a chama da esperança, do amor e da comunhão, não apenas em uma época do ano, mas todos os dias.

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